Construir uma relação não é algo fácil e exige um grande esforço.
Para nossos avós o casamento tinha um sentido de parentesco, os casais enfrentavam altos e baixos, mas lutavam para superar os maus momentos. Na era dos encontros descartáveis, um compromisso parece ter se tornado uma limitação, pois impede a abertura para novas oportunidades, e a cada dificuldade já se pensa na próxima relação. As consequências perderam a importância e não há disposição para se adaptar. A sexualidade transformou-se em mais um produto de consumo, restrito à satisfação física. Em encontros fugazes, ocorre uma troca ilusória em que o outro entra como objeto fornecido pelo acaso. A falta de envolvimento não permite a experiência de percebê-lo como alguém que também tem liberdade para escolher. Da mesma forma que estamos sempre na expectativa de um novo modelo de smartphone, os laços amorosos são constantemente ameaçados pela ideia de que, a qualquer momento, pode aparecer alguém melhor. O amor tornou-se mais um objeto de consumo e as pessoas que cruzam as nossas vidas passaram a ser também descartáveis. Que tipo de sociedade estamos criando? Consumimos desenfreadamente os recursos do planeta, produzimos diariamente montanhas de lixo, em busca da satisfação de necessidades que não temos de verdade. Alimentamos um vazio interior com imagens estereotipadas e vemos os outros como uma ameaça em vez de tentar compreender as diferenças que nos incomodam. Evitamos a qualquer preço todo tipo de frustração e adotamos um modelo efêmero de felicidade, que prega a facilidade e o imediatismo. Não seria a hora de tirarmos os olhos das vitrines e olharmos um pouco mais para dentro, para tentar identificar nossas verdadeiras necessidades?
#By Raquel Dos Santos
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